segunda-feira, 17 de julho de 2017

Compliance


Compliance, em termos didáticos, significa estar em linha com normas, controles internos e externos, além de todas as políticas e diretrizes estabelecidas para o negócio em questão. Corresponde à atividade de assegurar que a empresa está cumprindo todas as imposições dos órgãos de regulamentação, dentro de todos os padrões exigidos de seu segmento, nas esferas trabalhista, fiscal, contábil, financeira, ambiental, jurídica, previdenciária, ética, etc.
No início dos anos 90, compliance era apenas sinônimo de adequação jurídica. Com o tempo, percebeu-se que era impossível implementar procedimentos de conformidade sem conhecimento dos processos internos, metodologias de trabalho utilizadas, políticas de estoques, estratégias de gestão de pessoas, técnica de melhoria contínua, harmonização contábil, etc. Assim, o conceito foi enriquecido com a abordagem sistêmica, do “chão” da fábrica à sala do presidente da empresa.
Com o advento da Lei nº 12.846/2013 (Lei Anticorrupção), regulamentada pelo Decreto Federal nº 8.420/2015, o termo compliance passou a ser disseminado no meio empresarial, assim como previu-se a responsabilização da instituições, independentemente do seu porte ou ramo de atuação, caso seja flagrada cometendo ato de corrupção contra a administração pública, quer seja por seu presidente, diretor, proprietário, colaborador, fornecedor, terceirizado, ou qualquer pessoa que esteja agindo em nome e por interesse da empresa, independentemente se a cúpula da organização tinha ou não conhecimento do ato corruptivo.
Neste sentido, busca-se por meio de programas de compliance, que a organização possa reforçar o seu compromisso com os valores e objetivos expressos em um código de ética e conduta e buscar promover uma cultura corporativa de observância às leis e regulamentos. Todavia para se atingir este último aspecto, faz-se necessário contar com o apoio, compreensão e prática dos colaboradores e parceiros. Fortalecer este elo é fundamental para atingir um patamar de excelência, em especial no cenário atual que demanda relações sustentáveis.
As recentes tendências nacionais e internacionais indicam um aumento em processos administrativos e penais, investigações internas e externas, aplicações de multas de fiscalizadores e protagonismo da mídia relacionada às violações de conformidade para diversas empresas. Assim, coibir decisões em não conformidade e fazer negócios em compliance, segundo a ética empresarial, são atualmente os alicerces da sustentabilidade das empresas no mundo dos negócios. Em outras palavras, compliance não é mais um diferencial no mundo corporativo, mas é um pré-requisito para a sustentabilidade do negócio.

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